O principal fator de diferenciação no mercado de trabalho é a competência, a capacidade de executar as técnicas radiológicas com segurança e profissionalismo. Naturalmente, os profissionais que se dedicam com seriedade aos estudos e cursam bons estágios têm a possibilidade de encontrar melhores colocações. Entretanto, em razão da diversidade de preconceitos que existem no Brasil, é necessário considerar que há outros fatores que interferem na hora da contratação, como a forma de se vestir e cuidar do corpo. Principalmente, na área da saúde.
Com 26 tatuagens, o tecnólogo em Radiologia João Henrique Hamann conta que nunca sofreu discriminação em seu ambiente de trabalho. Entretanto, o profissional afirma que teve a precaução de desenhar todas em locais mais discretos, que podem ser cobertas pelo jaleco, justamente para evitar problemas com os empregadores mais conservadores. “Nunca fui discriminado, mas já presenciei chefe de departamento de Radiologia excluindo Técnicos pelo simples fato de terem tatuagem. A discriminação atualmente é menor, mas ela ainda existe. Ser discreto é o melhor caminho a ser seguido”, considera.
Evidentemente, a discrição, responsabilidade e competência são pré-requisitos fundamentais para um bom técnico ou tecnólogo em Radiologia, que deve atender aos pacientes segundo o Código de Ética. De toda sorte, a diretoria executiva do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) entende que, de forma alguma, o desempenho profissional esteja associado à identidade pessoal de cada um.
“A liberdade de expressão não significa apenas falar o que quiser, mas, também, se expressar por meio do corpo. As pessoas, independente da profissão, têm o direito de usar tatuagens, brincos, joias ou o que mais desejar, desde que isso não interfira na segurança e qualidade do seu trabalho”, opina a presidenta do CONTER, Valdelice Teodoro.
Cuidados na Ressonância Magnética
O exame de RM consiste em mapear todos os órgãos, ossos e tecidos do corpo humano sem a utilização de radiação ionizante. Por funcionar através de pulsos de radiofrequência, o equipamento atua como um ímã no corpo do paciente. Portanto, quaisquer objetos ou substâncias que contenham metal, como piercings, tatuagens com tinta metálica e aparelho nos dentes acabam por interagir diretamente com o equipamento.
Os efeitos colaterais por conta do campo magnético podem variar desde ferimentos e queimaduras (pequenos metais) até inconsciência e morte, em caso de portadores de marca-passo, motivo pelo qual o exame é extremamente proibido para esses pacientes. De acordo com o Tecnólogo João Hamann, o cuidado com pacientes tatuados é justificado pela composição das tintas que usam o ferro como pigmentação.
“Para realizar RM nesses pacientes, é preciso usar uma toalha úmida sobre o desenho durante o exame. Caso contrário, há risco de queimaduras. Essa sensação pode ser maior em função do tamanho do desenho ou sensibilidade da área tatuada. Em casos raros, existem registros de queimaduras de primeiro grau”, alerta.
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