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terça-feira, 18 de setembro de 2018

HANDPOKED Tattoo PONTO A PONTO

Você já ouviu falar em handpoked tattoos? Neste estilo tradicional de tatuagem, o desenho é criado ponto por ponto, sem máquinas, totalmente artesanal. São diversos grupos de agulha que ‘cutucam’ (poked) a pele. Às vezes os pontos tem tamanhos diferentes, ângulos mais abertos ou fechados, tudo isso para criar os efeitos dos desenhos.
Tem vontade de fazer uma tatuagem, mas morre de medo do barulho da máquina? Uma técnica com origem nos trabalhos japoneses (chamada de tebori) e de culturas tribais anda conquistando várias pessoas. O hand poke utiliza apenas a agulha e a tinta, assim o artista desenha na pele do cliente sem a maquininha, que por muitas vezes acaba agredindo mais a pele. Além de ter uma cicatrazação mais rápida, essa técnica também permite que os desenhos tenham um traço único e pontilhado. 
Handpoke é uma técnica muito antiga de modificação corporal, quando a tatuagem é feita com a agulha na mão, sem maquininha e ela vai perfurando a pele, furinho por furinho, apenas contando com o talento e conhecimento do artista. Os maoris faziam assim. Os cariocas da década de 60/70 também. É um processo artesanal e que há muito tempo ficou estigmatizado como “tatuagem de cadeia”, por ser feito sem o uso de energia elétrica (a tal da maquininha).
Como essa técnica voltou à moda em alguns estúdios do Brasil, acabei ouvindo muitas opiniões diferentes sobre o processo e a curiosidade foi tanta que fui experimentar pra ver como era. Na minha humilde opinião, é bem menos doloroso que a tattoo com maquininha. A cicatrização também é mais tranquila, pois a pele é menos agredida.
a handpoke tattoo, que resgata a tatuagem feita manualmente, sem auxílio de máquinas
Existem várias discussões sobre a exata origem da tatuagem. Há quem acredite que todas as sociedades humanas conheciam a técnica: tribos da África, América, Ásia e Oceania, o Egito Antigo. Inclusive foram encontrados indícios de tatuagem no Homem do Gelo, uma múmia de aproximadamente 5 300 anos descoberta nos Alpes, em 1991.
Tão curiosa quanto a existência da tatuagem na História, é a diversidade de técnicas usadas para fixar a tinta na pele. Hoje, temos auxílio de modernas máquinas de rotação e bobina – híbridas, até – capazes de furar a derme entre 50 e 3.000 vezes por minuto. Antes dessa tecnologia, porém, o processo não era tão rápido assim; os desenhos eram feitos manualmente, ponto por ponto, fixados por pontas de bambu, no Japão. Reza a lenda que até dente de tubarão era usado no processo. Já pensou?
Na verdade, não precisa pensar muito, pois ainda hoje é possível encontrar tatuadores que se propõem a garantir uma experiência de tatuagem diferente, revisitando essas técnicas “antiquadas”. Mas sem bambu ou dente de tubarão, é claro.
“O handpoke é uma técnica antiga, mas não é oriental ou egípcia; já é uma criação do ocidente. Os orientais trabalhavam com o tebori, bastão com apoio das mãos, e a tatuagem ocidental já veio manualmente, amarrando as agulhas num palito, ou em conjunto para pigmentar a pele”, explica Fábio Filé, “o cara” do handpoke em Fortaleza.
O Tebori e o Handpoke são procedimentos de pigmentação da pele que poderíamos chamar de slow tattoo – parafraseando o slow fashion, da moda. Enquanto o primeiro usa a agulha acoplada em um bastão, o segundo acopla a ponta em um suporte. No caso de Fábio, ele mesmo construiu um apoio para a mão, mais confortável para o tatuador, no qual é possível acoplar também uma biqueira descartável, tal qual é feito nas máquinas.
“Apesar de ser arcaico e, para muitos, algo do passado, hoje em dia vários artistas trabalham com isso, e têm talento para executar desenhos muito bem feitos. E esse é um tipo de técnica que dói menos, apesar de ser um pouco mais lenta, mas a pigmentação fica melhor e a cicatrização é muito mais rápida por conta da punção da mão, que agride menos a pele em comparação às máquinas”.
Segundo Fábio, algumas pessoas ainda têm preconceito com o tebori, pensando ser algo ultrapassado. Por outro lado, “tem muita gente que prefere isso daqui, porque diz que é a tatuagem com alma, que tem mais valor. Não é aquela que você pede qualquer coisa e faz”.
E dá pra fazer praticamente tudo com o handpoke, principalmente usando o pontilhismo ou desenhando linhas mais espessas, a exemplo das que são feitas no estilo old school. “A questão do handpoke é que é algo retrô, mas que tem o seu valor, porque a tatuagem duradoura mesmo é a tradicional, de traço grosso e pigmentação forte”.
Mesmo com toda a conversa, fotos e vídeos, ainda fiquei me perguntando como é que esse tal de handpoke funcionava. Vendo minha cara de confusa, Fábio soltou “quer que eu faça uma agora?”.
Eu quis. Igor de Melo, como um bom veterano em tatuagens, também. Aí ele entrou na agulha, eu virei fotógrafa e ainda o fiz escrever um relato de como foi a experiência!
Fala EMEINKTATTOO
Desde antes de me tatuar pela primeira vez já pesquisava sobre os rituais de marcar o corpo, seja para fins unicamente estéticos ou outros. Depois que tive a primeira no meu corpo – feita com máquina de bobina há 15 anos -, o gosto pela tinta na pele só aumentou, tanto que passei a tatuar também.
A técnica de tatuar sem o uso de eletricidade sempre me interessou, tanto como tatuado, quanto tatuador amador. O silêncio, só interrompido pela conversa ou pelo som metálico da agulha saindo da pele quase imperceptível. Quem escolhe essa técnica não pode ter pressa. É ponto por ponto, meu chapa. E vale a pena.
Não vou dizer que não dói. Mas agride muito menos a pele. A cicatrização é muito mais tranquila e a ocorrência de falhas no desenho é mínima.
Técnica de tatuagem que não usa maquininhas ganha adeptos na cidade Chamado de hand poked, Profissionais usam apenas agulhas, dispensando a eletricidade, para criar os desenhos. Trata-se do hand poked, algo como “espetado a mão” em inglês. O método, que dá seus primeiros passos no país, espalhou-se também pelos Estados Unidos, Alemanha e Japão. “O resultado fica delicado, pois conseguimos dar mais atenção aos detalhes durante a produção”, afirma 
o Tatuador Eduardo Marcelo, No ano passado ele fazia cerca de três desenhos por semana. Agora, recebe até dez clientes no mesmo período.ele aprendeu sozinho o hand poked e trabalha com a modalidade há dois Anos “O procedimento é um pouco mais demorado que o normal”, diz.  

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Tatuagem ultravioleta: Conheça a técnica, como foi desenvolvida e valores

Se você está antenado no mundo das tatuagens ou é uma pessoa que está sempre procura de novas maneiras de fazer tatuagem para se destacar das outras, então provavelmente você já deve ter lido algo sobre as tatuagens ultravioletas (UV Tattoo).
Está técnica está crescendo cada vez mais em todo o mundo, se qualquer pessoa pode fazer uma tatuagem com tinta ultravioleta, como pode ser um técnica exclusiva e diferenciada dos demais?
Bom, é claro que o pensamento e o significado pessoal  é o que diferenciam as tatuagens uma das outras e as tornam únicas. E se você você quer saber como funciona a técnica usada para fazer uma tatuagem ultravioleta, continue a leitura e entenda mais sobre o procedimento.
O que é UV Tattoo e como surgiu?
Tatuagens feitas com tintas UV são simplesmente tatuagens que brilham no escuro quando estão sob os efeitos de uma luz negra. Algumas dessas tatuagens podem ser visíveis à luz solar e outras não. Entretanto, todas brilham sob uma luz negra.
Tatuagem ultravioleta e tatuagens de luz negra são termos usados para a mesma coisa. As tintas para este provocar este efeito possuem alguns produtos químicos em sua composição que reagem à luz negra. Entretanto, não se apavore a ler “produtos químicos”. Pois, todas as tintas de tatuagem contém produtos químicos em sua fórmula.
A ideia de desenvolver uma tinta especial – como está – veio da empresa norte-americana Crazy Chameleon Body Art Supply. Segundo a própria empresa e também por órgãos responsáveis dos Estados Unidos (a FDA, Food and Drug Administration), os componentes encontrados na tinta não são prejudiciais à saúde do cliente, não radioativos e nem causadores de cancro (câncer).
A nova modalidade de tatuagem é destinada para quem deseja realizar uma tatuagem diferente e que não seja vista por todos. A tinta é composta por (2,5%) de corante envoltas por polimetilmetacrilato (97,5%), o que garante a segurança e evita alergias e outros problemas.

A tinta ultravioleta é feito do mesmo modo que qualquer outro tipo de tinta para tatuagem. Porém, estas não podem ser vistas à luz do dia, o desenho praticamente não esboça marcas na pele, será possível ver a arte apenas na ausência de luz ou sob luz negra.
Cuidados com as tatuagens ultravioletas
Os cuidados com a tatuagem devem ser redobrados, especialmente no quesito “exposição solar”. O uso de protetor solar é indispensável, além disso não exponha a tatuagem ao sol e, na fase de cicatrização, tome muito cuidado para não esbarrar a tatuagem em algo, pois pode danificar o desenho.
Ao fazer a tatuagem é natural que o tatuador faça um curativo com papel insulfilme para proteger o desenho, fique com a proteção por cerca de 2 a 3 no máximo, mais que isso pode ocorrer crostas e bolhas que podem ser mais difíceis de curarem.
Lave a tatuagem com sabão neutro e água filtrada. E antes de ter qualquer contato com a sua tatuagem, lembre-se de lavar bem as mãos, pois você estará com um “ferimento na pele” e qualquer sujeira pode causar infecções ou inflamações.
Use cremes protetores indicados pelo seu tatuador, ele sabe o que é melhor para sua tatuagem. E mantenha-se longe de piscinas, mares e luz solar durante um bom tempo. Porque o excesso de luz solar e cloro podem trazer muitos riscos à sua pele e sua tatuagem.
Quais são os riscos de uma tatuagem ultravioleta?
Basicamente, os riscos de uma tatuagem ultravioleta são os mesmo que de uma tatuagem comum. Sua pele poderá ficar irritada, ter uma reação alérgica à tinta da tatuagem, comichão, erupções cutâneas, protuberâncias benignas onde a tinta se aglomerou, bolhas, riscos de infecções, dor na pele e outras.

Porém, a tinta ultravioleta tende a causar mais reações na pele do que a tinta normal. Contudo, é importante lembrar, que se você tiver uma pele sensível, essas reações podem acontecer com qualquer tinta de tatuagem.
Preço de uma tatuagem ultravioleta
O valor para ter uma tatuagem com essa técnica é mais elevado do que as técnicas tradicionais, obviamente devido aos efeitos extraordinários que a tinta causa. No Brasil, a técnica é recente, porém pode ser encontrada em alguns estúdios de tatuagem.
Lembrando que é preciso pensar muito antes de realizar qualquer tipo de tatuagem, portanto pense bem no desenho e escolha um tatuador de sua confiança, para que você não se arrependa futuramente.

Tatuagem ultravioleta pode apresentar riscos à saúde


Talvez você tenha chegado a ver aquela tatuagem inspirada no Mapa do Maroto, de Harry Potter, que brilha no escuro. A imagem viralizou na internet e inspirou muitos fãs da saga de J.K. Rowling a quererem uma igual – e também fizeram muitas pessoas quererem seus próprios desenhos com tinta UV. O problema é que esse tipo de tatuagem pode não ser totalmente seguro.
Muitas tintas que brilham no escuro contêm fósforo, um elemento perigoso que pode ser incrivelmente tóxico para os humanos, dependendo de onde ele é derivado”, explica o cirurgião dermatológico Joel Schlessinger ao site Mic. Ele também avisa: “há riscos envolvidos em qualquer tatuagem, independentemente da tinta ou do método usados”.
Segundo a FDA, órgão americano responsável pelo controle de equipamentos médicos, cosméticos, medicamentos, materiais biológicos e mais outros produtos, alguns dos riscos que tatuagens podem apresentar à saúde são de infecções, alergias e cicatrizes. No entanto, os pesquisadores desse e de outros órgãos ao redor do mundo ainda realizam pesquisas para estudar esses problemas mais a fundo. Em todo caso, se quiser evitar problemas, melhor ficar com a tinta preta. E sempre procure um estúdio confiável, é claro.

Como os melhores tatuadores do Brasil aprenderam a tatuar

A história, as técnicas e o início da carreira dos principais artistas da área no País

A tatuadora Elissa

A carreira de um tatuador é semelhante a de qualquer artista. O trabalho produzido, em geral, é fruto do estilo de tatuagem que cada um escolhe desenvolver e, naturalmente, de sua própria personalidade. No início, para treinar técnicas e traços, uns recorrem a laranjas, outros usam pele artificial ou até mesmo pele de porco. É bem comum também contarem com amigos que acabam servindo de cobaias, abrindo mão da perfeição no resultado para demonstrar a amizade, literalmente, na pele.
O caminho para a fama na carreira de tatuador é longo. A maioria não começa liderando seu próprio estúdio. Pelo contrário. Neste ramo, existe hierarquia e alguns profissionais ingressam em cargos semelhantes aos de estagiário ou de zelador. Veja como alguns dos melhores tatuadores do Brasil aprenderam a tatuar, saiba onde eles atendem e confira os trabalhos no Instagram.


Andre Cast

A primeira tatuagem que Andre Cast, 25 anos, fez foi durante uma festa em um estúdio de tatuagem, há dois anos. “Tatuei um grande amigo que disponibiliza uma parte de sua perna para aspirantes a tatuador. Havia muita gente e eu estava bem nervoso, então o resultado não foi o que eu esperava, mas a situação foi muito divertida.”
No início, Andre usava equipamento emprestado, tatuava os amigos em casa e postava nas redes sociais o resultado; assim foi crescendo o número de interessados em ser riscado por ele.
No processo de aprendizado, Andre decidiu que seria importante viajar para ser tatuado por profissionais que admirava. “Pude observar como eles trabalham, além de ter a oportunidade de ser tatuador convidado e dividir o espaço do estúdio com eles.”
Andre é um dos fundadores do Covil Tattoo, em Juiz de Fora, Minas Gerais, mas também tatua em outros estúdios quando viaja; ele já passou pelo Ardhãm Tatuaria, em São Paulo; Zero Sen, em Belo Horizonte; Inkonik Tattoo Studio, em Curitiba; El Cuervo Ink e Imarginal, em Recife.


Elissa Rocabado

Onze anos atrás, lissa começou a trabalhar como desenhista de moda. Mas logo assumiu um cargo de coordenação e os traços saíram de sua rotina. Para recuperar essa atividade, passou a desenhar as próprias tatuagens que eram riscadas em sua pele por um profissional. Nesse processo, pedia dicas para o tatuador, até que comprou um kit de tatuagem e começou a treinar em uma laranja e no E.V.A. (borracha para trabalhos artesanais). “No início, é importante aprender adaptar a ilustração para a tatuagem, do papel para a pele”, diz ela.
Entender a espessura da agulha para cada trabalho, a cicatrização da tatuagem, o peso e a vibração da máquina também fizeram parte do aprendizado de Elissa. Finalmente, a estreia na pele foi com uma série de dez moscas; a primeira ela tatuou em si mesma e as outras nove em amigos.
“Meus amigos resolveram ceder a pele e não pareciam estar preocupados. Depois, acabei consertando uma ou outra ou fazendo outras tatuagens neles. Mas nunca cobri ou soube de alguém que tenha coberto uma tatuagem minha ou algum traço que estourou – o que é o meu maior medo e isso pode acontecer apesar da técnica e experiência da tatuador, pois depende muito de cada organismo”.
Ao ser perguntada sobre erros, ela confessa: “Aprendi na raça”. Mas hoje ela já se sente à vontade para dar uma dica: “Seja tatuado por tatuadores que você admira, para entender que pessoas têm estilos diferentes e aprender sobre o atendimento e todo o processo de uma sessão de tatuagem”.
Elissa trabalha no Soul Tattoo Art & Café e continua fazendo criação de estampas para uma tecelagem. “Durante alguns dias da semana, produzo algo que vai durar uma coleção e nos outros dias algo que vai durar para sempre”, resume a artista.


Frederico Rabelo

Em seu Instagram, Frederico Rabelo logo avisa que a lista de espera tem vaga apenas em 2019 
Ele atua no Covil Tattoo, em Juiz de Fora, Minas Gerais, mas também tatua e participa de congressos nos Estados Unidos, São Paulo e Belo Horizonte.
Ele tem 24 anos e começou a tatuar há dois anos. “Aprender a tatuar é como construir uma muralha, você não inicia pensando que vai construir a maior e mais perfeita muralha já feita em todo o planeta até hoje. Mas, você pode colocar cada pedra da maneira mais perfeita e mais tarde você vai ter uma muralha.”
Frederico conta que busca “levar a tatuagem a um nível de arte que ela ainda não chegou”, ele acredita que a geração atual tem a oportunidade de revolucionar a tatuagem, com a mistura entre outras áreas e processos criativos.


Ivy Saruzi

Ela mora em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e começou a tatuar em 2009. Ivy Saruzi achou que o melhor caminho a seguir era o tradicional. Fez um curso de tatuagem e os primeiros trabalhos foram em pele de porco e depois chegou a vez dos amigos. “Estava me achando um máximo e na primeira vez e já tentei fazer um trabalho grande, uma carranca tribal na frente da canela. Sorte que era um super amigo meu, porque tive que dar uma arrumada depois.” (risos)
Depois desse incidente, ela percebeu que o curso não era o suficiente para torná-la uma tatuadora profissional e resolveu procurar um ‘estágio’ em um estúdio. “Fiquei um bom tempo trabalhando em tarefas como esterilização de instrumentos e ao mesmo tempo observando todos tatuarem, pegando dicas, desenhando.”
Após esse período, Ivy começou a fazer pequenas tatuagens preenchidas com tinta preta. “No início é importante se habituar ao peso da máquina, a profundidade da agulha e as diferenças de pele de cada região do corpo.”


Pedroz Anjos

Pedro escolheu iniciar seu caminho na tatuagem procurando tatuadores mais experientes como tutores. O segundo, e bastante significativo, passo foi ser “zelador” em estúdio. “Tinha contato direto com a tatuagem, fazia o preenchimento de alguns desenhos, preparava a agulha, limpava o local e sempre observava o que os caras mais velhos estavam falando sobre tatuagem.”
As primeiras tatuagens, há quatro anos, Pedroz fez em seu próprio corpo.
“Quando eu tatuei a primeira pessoa foi bastante tenso, pois nunca tinha feito algo tão sério como uma tatuagem em alguém. O resultado foi satisfatório, algumas linhas abertas, outras falhadas, o que é bem normal para a primeira tatuagem,“ conta o tatuador que atende no Labuta Tattoo, em Brasília.

Eduardo Marcelo Estevão

É possível dizer que Eduardo Marcelo, 41 anos, se preparou a vida toda para ser tatuador. Ele se dedica ao desenho desde os oito anos de idade. A arte faz parte de sua vida mas começou a tatuar 1992. “Sempre experimentei muitas técnicas, materiais e superfícies em meio a vida de segurança de Eventos. Resolvi acatar a sugestão de um amigo que achava que eu me daria bem se resolvesse tatuar.”
Os materiais foram me dados de presente pelo um amigo que também que era tatuador deu uma aula rápida sobre a técnica. Então, Eduardo já partiu para o treino em sua própria pele. “Eu comparava o que eu testava na pele com o que eu já dominava em outras superfícies e técnicas artísticas. Agulha, tinta, pele e paciência sozinho mesmo.”
Depois da primeira tatuagem na própria coxa e Braço, foi a vez de uma amigo ser a cobaia. Assim que terminou a tatuagem, ele avaliou bem o resultado, mas, por ter errado na profundidade da agulha, após a cicatrização o traço se expandiu. “Eu me assustei com a possibilidade de errar novamente e resolvi focar minha vontade em trabalhar com pontilhismo na pele, dessa maneira o traço contínuo não é problema. Deu super certo!”
Foi assim que, a partir de um aparente erro de principiante, Eduardo se consolidou com uma técnica que na época era inovadora. “Da terceira tatuagem para frente, passei a trabalhar só pontilhismo e estéticas orgânicas, mais fluidas, sem linhas contínuas. Com o tempo ampliei o repertório colocando cores, texturas, escorridos, respingados até chegar na aquarela e ficando cada vez mais feliz com os resultados obtidos.”
Eduardo tatua em Wenceslau Braz-Paraná e você pode ver mais informações no site https://emeinktattoo.blogspot.com/.

Taiom

Alguns dizem que não existe certo e errado, mas para Taiom, 29 anos, ele começou na tatuagem de forma equivocada. “Alguns amigos disseram que para fazer tatuagem precisava de uma agulha e tinta, e assim era só colocar na pele. Peguei uma agulha de costura da minha mãe, a tinta nanquim do meu pai, e fiz uns pontos na perna. Nunca tinha visto ninguém sendo tatuado, nem entrado num estúdio de tatuagem.”
A segunda tentativa foi com uma máquina caseira feita com peças de Lego e caneta. O tatuador pisou em um estúdio de tatuagem profissional quase um ano depois da primeira aventura com agulha. “Eu testava a máquina caseira em mim, fiz alguns testes na minha perna. Treinava também em capa de caderno e casca de laranja. Logo apareceram alguns amigos dispostos a servirem de cobaia.”
A primeira tatuagem de Taiom foi nele mesmo e “considerando as circunstâncias o resultado foi bom”, mas a primeira tatuagem em um amigo já não foi de tanto sucesso. “Não peguimentei corretamente e em semanas o desenho praticamente desapareceu, restando alguns pontos aleatórios. Cerca de um mês depois a pessoa cobriu a tatuagem com outra maior.” Além disso, Taiom confessa que também já escreveu palavras faltando letras.
Hoje, Taiom já tem onze anos de experiência e para ver que os erros ficaram no passado basta olhar seu portfólio. Ele tatua em Brasília e também é convidado frequente em São Paulo, Curitiba e fora do Brasil, na Bélgica e França.


Victor Montaghini

Victor Montaguini, 32 anos, é formado em artes plásticas e começou a carreira como ilustrador. Ele acredita que esse repertório foi decisivo para o sucesso como tatuador, pois ele já tinha formação sobre proporções e outros elementos importantes sobre ilustração.
Depois de tanta experiência com desenho, ele partiu direto para tatuar na pele de amigos; o primeiro cobaia foi o irmão. “Na verdade o processo de aprendizado é como qualquer outro. Repetição! Mas a técnica de tatuagem é um pouco mais complicada, pois depende de muitas variáveis: o tipo de pele, a velocidade e peso da máquina, a constância do traço, o pigmento e, inclusive, a boa execução depende também em grande parte do cliente, que tem que estar imóvel e suportar a dor!”.
O tatuador, que atua em São Paulo, está completando 12 anos de carreira.

TATUAGEM A TÉCNICA DO PONTILHISMO

Tatuagem feita em Pontilhismo. E o que seria? O pontilhismo é feito pelo sombreamento da tatuagem com pontos, pequenos pontinhos na pele. A tatuagem em pontilhismo foi originada no ocidente. A técnica do pontilhismo começou a ser usada para efeitos de sombra em desenhos realistas. Quanto maior a quantidade de pontos juntos, maior será o efeito de profundidade. Esse tipo de tatuagem não é fácil de fazer e demora bastante. Não tenho nenhuma tatuagem nesse estilo mas eu pesquisei sobre e só de ver as fotos da pra perceber o trabalho que dá não é mesmo?
Os tipos de desenhos usando essa técnica vai de um estilo tribal até uns desenhos bem diferentes. Tem alguns tatuadores também que misturam formas geométricas com essa técnica.
O Pontilhismo
Conhecido também como Dotwork, é uma técnica de preenchimento diferenciada que demanda tempo, perfeição e precisão. O Pontilhismo na tatuagem se popularizou na década de 90, na Europa, mas é herdeira do Impressionismo, da França, século XIX: é considerado um movimento pós-impressionista e está relacionado ao momentâneo e em mostrar as impressões do artista em relação ao meio em que vivia.
Embora tenha tido um boom nos anos 90, a técnica não é tão recente assim. Na verdade, o pontilhismo marca o início da história da tatuagem: antes da invenção das máquinas elétricas, a tatuagem era feita por pontos que preenchiam um espaço em branco por inteiro. Sem perder o foco do pontilhismo ocidental, podemos lembrar da técnica da tatuagem Yantra, da Tailândia, uma técnica milenar que influencia ainda hoje os tatuadores: eles dispensam a máquina elétrica e fazem uso apenas de uma espécie de caneta, haste e agulha. A própria máquina elétrica trabalha com pontos, mas a velocidade da agulha é tão rápida que não nos damos conta que o traço é produzido por pequenos pontos ou furos — ui!
Tattoos nesse estilo podem demorar muito tempo para serem produzidas e exigem do artista muita técnica e experiência, já que para um trabalho perfeito é necessária a justaposição dos pontos para que seja criado o efeito de profundidade, permitindo a criação de sombras.
O bagulho é doido e é preciso técnica e competência!
Pontilhismo geralmente é aplicado na pele em cor preta, para dar a impressão de profundidade, mas também vimos trabalhos com pontinhos coloridos que são inspiradores.

É perigoso tomar a picada da anestesia por cima de uma tatuagem?

Entrar em contato com a tinta pode ser prejudicial e, nesse caso, a peridural deve ser evitada. Entenda por que!
Mulheres que possuem uma tatuagem no local onde é aplicada a anestesia peridural podem receber este tipo de analgesia?
“Mesmo sem nenhuma comprovação científica, é possível dizer que existe riscos em potencial para a aplicação da anestesia, quando esta ultrapassa a tinta da tatuagem – caso esta esteja localizada na região em que é aplicada. O primeiro, no caso de tatuagem recente, um processo inflamatório no local poderia ser levado, pela ponta da agulha, para a região peridural. O segundo seria transportar a tinta, pela ponta da agulha, para o interior da região peridural, podendo causar algum dano aos sistema nervoso. Por isso, deve-se evitar a aplicação da anestesia sobre a tinta da tatuagem, utilizando outro espaço intervertebral, acima ou abaixo, ou punção paravertebral, lateral. Se não for possível realizar a anestesia peridural, deve-se optar pela raquianestesia, com um introdutor que protegeria o contato da agulha com a tinta. É importante ressaltar que, na maioria das vezes, a anestesia peridural pode ser substituída pela anestesia raquianestesia. Em alguns casos, como a cesariana, a anestesia geral também pode ser opção em casos de emergência ou mesmo uma anestesia pela veia”, explica o anestesista Oscar César Pires, diretor do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

Mulheres que estão amamentando podem fazer tatuagens?

Andressa Suita registrou na pele o nome do seu filho, mas a questão levantou debate entre as mães. Entenda o caso.
No final de junho de 2017, Andressa Suita deu à luz Gabriel, seu filho com o cantor Gusttavo Lima. Desde a chegada do bebê, a modelo tem dividido nas redes sociais momentos da maternidade: registrando o parto normal que trouxe o pequeno ao mundo, o ensaio fotográfico da família e até as dificuldades que enfrentou com a amamentação. Em agosto, ela postou a foto de uma tatuagem que fez perto do ombro em homenagem ao primogênito.
O desenho traz o nome do garotinho com sinais de batimentos cardíacos que levam a um coração. Em um dia, o clique compartilhado por ela recebeu mais de 260 mil curtidas e diversos comentários. Muitas seguidoras elogiaram a atitude e algumas chegaram a dizer que também estão se preparando para registrar na pele o amor pelos filhos. Por outro lado, a imagem levantou um debate: mulheres que estão amamentando podem fazer tatoos?
“Nunca foi demonstrado que a tinta passa através do leite, então, teoricamente, não tem problema. Porém, esse é um procedimento de risco para contrair doenças infecciosas. O ideal é realmente esperar acabar a fase do aleitamento materno”, esclarece Rodrigo da Rosa Filho, membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP) e sócio-fundador da clínica de reprodução humana Mater Prime, de São Paulo.
Mas é importante deixar claro que, durante a gravidez, a prática não é recomendada porque a pele das mulheres passa por alterações. “A gestante pode desenvolver mais quadros alérgicos, além de ter modificações na própria tatuagem por causa de uma hiperpigmentação da pele, causando cicatrizes e até mesmo queloide. Também há o risco de ser transmitido vírus das hepatites B e C, além do próprio HIV, por isso, contraindicamos essa atitude”, reforça o médico.

Bem Vindos

A EVOLUÇÃO DA TATUAGEM OLD SCHOOL E O RETORNO AO ORIGINAL

Não dá pra falar de Old School sem falar de Sailor Jerry (1911-1973), um dos precursores do estilo tradicional. Ele é dono do design de vár...